É só uma foto!

No texto “The Culture of Conectivity: a critical story of social media”, José Van Dijck (2013) parti da Teoria Ator-Rede, de Bruno Latour, para analisar as novas mídias. Sua análise aborda os seguintes pontos: Ownership, Technology, Users/Usage, Content e Business Models. No intuito de exemplificar a proposta do autor, escolhi dois pontos para aplicar ao Instagram: Tecnologia (Technology) e Usuários (Users/Usage).

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Tecnologia:

O Instagram foi criado por Kevin Systrom e Mike Krieger e lançado em outubro de 2010. O serviço, inicialmente, era oferecido somente para iPad, iPod Touch e iPhone. O objetivo era que seus usuários compartilhassem foto com seus amigos, podendo aplicar filtros e interagir. Em abril de 2012 o aplicativo chegou aos aparelhos Android e 2013 no Windows Phone. Tamanha era a projeção da rede que o Facebook, em abril de 2012, a adquiriu por cerca de 1 bilhão de dólares com mais de 80 milhões de usuários ativos à época. Com a compra pelo Facebook, em 2013, o aplicativo passou a aceitar vídeos de 15 segundos. Em Outubro de 2015, a empresa lançou o ‘Boomerang’, aplicativo para transformar as imagens em minivídeos.  Com o aplicativo, o usuário pode capturar dez fotos em sequência e criar um vídeo curto e em looping, semelhantes aos GIFs. O maior atrativo da tecnologia é poder aplicar filtros, tanto nas fotos quanto nos vídeos, em apenas um clique. Além das funcionalidades básicas para editar uma foto: recortar e girar. A possibilidade de compartilhar com outras redes sociais, como o Twitter, também é um atrativo.

Em setembro de 2015 a empresa divulgou ter mais de 400 milhões de usuários ativos. Mais da metade dos últimos 100 milhões de indivíduos que entraram na rede social são da Europa ou Ásia. O Brasil é um dos países que mais adicionou usuários no mundo, junto ao Japão e à Indonésia. Aliás, de acordo com o Instagram, mais de 75% de sua comunidade está localizada fora dos Estados Unidos. (Fonte: Revista Exame)

Usuários:

Como em toda rede social, os usuários se conectam um ao outro, inicialmente, por se conhecerem pessoalmente ou não, como no caso dos seguidores de artistas e empresas. No Instagram, bem como no Facebook e demais redes, o usuário vai aumentando sua rede de relacionamento com as indicações de amigos. E onde tem usuários tem empresas querendo vender para esses usuários, mas de forma menos invasiva, mais por meio de relacionamento. Não só as empresas querem estar perto de seu público como os artistas. A exposição da imagem parece algo natural, usuários tiram foto de diversos momentos de suas vidas e compartilham com a rede. Não levam em consideração a tão defendida privacidade. Muitos para angariar seguidores e fãs expõem-se ao limite, mostrando momentos íntimos, da infância e da família.

Por outro lado, a rede permite ter acesso a imagens fascinantes de lugares distantes, como a imagem da superfície de Plutão que a Nasa publicou. E imagens de países pouco badalados nos guias de turismo e na mídia, como Coreia do Norte.11311925_687877714680167_484233801_n

Essas informações alimentam um banco de dados que geram nossa time line, acompanhamos cada flash em tempo real. As diversas conexões que fazemos com novas pessoas tornam nossa time line mais atrativa e, consequentemente, mais tempo passamos presos ao aplicativo. É fascinante ver um momento que antes não simbolizava nada agora ter dezenas de comentários, elogios e curtidas, em certa medida nos tornamos menos “comuns”. São os usuários, sem receber nada em troca, que abrem suas vidas e mantém o aplicativo atrativo e vivo.

Segundo o Instagram, os usuários publicam mais de 80 milhões de fotos por dia, sendo que mais de 40 bilhões de fotos já foram compartilhadas até hoje na rede social. Além disso, 3,5 bilhões de fotos são curtidas todos os dias. O Instagram disse que alguns famosos fazem parte da lista dos 100 milhões de novos usuários. Entre os mais seguidos estão a socialite Caitlyn Jenner e os jogadores de futebol David Beckham e Toni Kroos.

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